Uma ilha bem distante


A história segue Zeynep Altin (Naomi Krauss), uma mulher de meia-idade sobrecarregada com trabalho e menosprezada pela família que está perto de seu limite. Quando a funerária faz uma confusão e veste sua amada e falecida mãe com um terno em vez do seu vestido favorito, ela surta de vez. Então, decidida a buscar um pouco de paz em sua vida, a protagonista abandona Munique e parte rumo à uma ilha remota na Croácia, para um chalé antigo de sua mãe. 

No entanto, as coisas saem do planejado quando Zeynep descobre que Josip (Goran Bogdan), o antigo proprietário do local, ainda está vivendo por ali. Zeynap Altin perdeu a paciência ao perceber que está praticamente só no trabalho e não é nada apreciada por sua família. 



Ela espera finalmente encontrar a sonhada paz e o relaxamento que merece, mas não contava com a presença de Josip, um homem que ainda mora na propriedade. 






Esse encontro inesperado pode se tornar um grande amor. O filme tem uma trama interessante que mostra a história de uma mulher gordinha com problemas que se assemelha a pessoas normais como auto aceitação, preconceitos e rejeição. 




A comédia romântica mostra com delicadeza como recomeçar depois dos 40 anos. Zeynep sofre preconceito da própria filha. Apagada pela dor e sofrimento, ela é uma mulher melancólica. Somado a isso, ela ainda tem que dar conta das tarefas domésticas e cuidar do pai rabugento, do marido desatento e da filha adolescente rebelde.


Abusando das belas paisagens, do humor ácido e do romance, Uma Ilha Bem Distante mostra que sempre é possível recomeçar, independentemente da idade. Se for falar de amor, saiba que não existem fronteiras para o romance, pois as pessoas encontram seu verdadeiro amor em qualquer idade, seja na adolescência ou na velhice. 


Acontece que muitas pessoas falham em reconhecer que nada é mais importante do que o que te faz feliz e te traz paz no fim do dia. Infelizmente, a mãe de Zeynep, a única pessoa que ela sentia que a amava de verdade, faleceu, e a jovem não pôde fazer nada por ela enquanto estava viva, sem falar que sua família não a tratou bem durante todo esse tempo.

Aparentemente, a mãe de Zeynep comprou secretamente uma casa na ilha da Croácia e a doou para sua adorada filha em seu testamento. Presa em uma crise existencial, Zeynep decide fazer a única coisa que pode finalmente lhe trazer paz: escapar de sua vida estressante para o último presente que sua mãe planejou.


Em Uma Ilha Bem Distante é sobre romance, com uma pitada de drama e comédia genuínos misturados em boa medida. Em outras palavras, trata-se de redescobrir seu eu genuíno e a pessoa que faz sua vida valer a pena.





Essa não é a primeira, muito menos a segunda. É, sim, mais uma dentre tantas histórias de mulheres menosprezadas por suas famílias ou mesmo pessoas próximas que irão encontrar um novo propósito para suas existências a partir de uma mudança radical de cenário.







O que Em uma ilha bem distante tem para oferecer de novo ao assunto é não apenas uma abordagem feminina-positiva, mas também uma liberação quanto ao que se convencionou chamar de “padrão” pela sociedade ocidental. 







Esse desprendimento, assim como um apelo a uma narrativa madura que não fique dependente exclusivamente ao desenlace amoroso – por mais que esse se faça presente – acaba por se confirmar como um charme extra, justificando um olhar atento a uma história que, na superfície, parecia oferecer apenas mais do mesmo. O que, felizmente, não chega a ser o caso.


Vão-se os anéis, mas ao menos ficam os dedos, diz o ditado popular. Nesse caso, a perda materna é também o recebimento de uma herança que nunca soube existir. Porém, ao invés de um endereço perdido na Turquia, de onde emigraram, ou na Alemanha, onde agora habitam, trata-se de uma casa na terra natal daquela que partiu: Croácia. 


Assim, em meio à tantas decepções, Zeynep vê essa novidade como uma oportunidade de fuga, mas também de transformação. Decidida a não parar até se ver em outra realidade, deixa para trás aqueles que dela apenas exigem, sem nada oferecer em troca, e parte em busca daquilo que também é seu – e dos segredos e novidades que esse lugar que somente agora toma conhecimento possa lhe ter reservado. 

Como dita a cartilha das produções do gênero, uma retomada tão radical do próprio destino passa, invariavelmente, pela descoberta de um novo amor. Mas aqui esse apelo é apenas um passo inicial. 






Entre o abrutalhado Josip e o galanteador Conrad, haverá mais naquela localidade remota com o que se ocupar: suas próprias origens, o reencontro com uma beleza que acreditava esquecida, a capacidade de tomar suas decisões sem ter que consultar todos ao redor e um poder de atração que talvez nem soubesse possuir.





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